Wednesday, May 23, 2007

Capoeira na Escola

De 1890 a 1937, a capoeira foi crime previsto pelo Código Penal da República. Intrínseca com a história de nosso país, a capoeira, filha de pais africanos, surgiu como luta do negro cativo e desarmado em busca de sua liberdade, porém um simples exercício na rua dava até seis meses de prisão. Nesse ambiente, as escolas de capoeira sobreviviam clandestinamente nos subúrbios e para não serem proibidos de praticar, camuflavam com instrumentos e palmas, realizando movimentos que, aos olhos dos senhores, nada mais eram do que a vadiação dos Angolanos. E para reverter este quadro o baiano Manoel dos Reis Machado, um angoleiro forte e valente conhecido como mestre Bimba, inventou uma nova capoeira; onde teve o cuidado de tirar a palavra do nome da academia que fundou em Salvador (1932).
Com o “fim” da escravidão e a implantação da República, a capoeira passa a ser utilizada como forma de conseguir sustento pelos ex-cativos, que agora estavam sem dinheiro, emprego e moradia, ocupando as margens das cidades. Por isso surge um campo fértil para o surgimento das maltas, agrupamentos de capoeiristas que tinham como principal atividade desbancar concorrentes do político contratante de seus serviços, valendo-se de arruaças violentíssimas em comícios.
Segundo registros, até 1930, a capoeira era proibida, a partir de então começa surgir uma chave para a legalidade, liderada pelo Mestre Bimba que para fugir de qualquer pista que lembrasse a origem marginalizada da capoeira, mudou alguns movimentos e eliminou a malícia das posturas do capoeirista.
Para ser aluno do Mestre Bimba era preciso provar que estava trabalhando ou mostrar o boletim do colégio. O resultado foi que daí, a capoeira começou a ganhar cada vez mais espaço, atraindo as mulheres, que até então era excluídas das rodas; e ganhou um importante aliado o então Presidente Getúlio Vargas que passou a denominá-la como o genuíno esporte nacional.

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